Arteterapia como método terapêutico para idosos




De séculos atrás até hoje a arte é utilizada para expressar situações vivenciadas pelo ser humano, independentemente do seu grau de desenvolvimento cultural e intelectual. Alguns filósofos referem-se a arte como necessária ao homem, como uma forma de equilíbrio e de integração com o seu meio ambiente. A linguagem utilizada pela imagem requer um empenho de reconhecimento de cores, movimentos, formas e sensações visuais.

Esse tipo de comunicação ultrapassa os objetivos da estética, juízo crítico e avaliação artística, podendo assumir função terapêutica, ampliando suas oportunidades e permitindo que outros profissionais explorem seus recursos e a utilizem com fins não-estéticos.

A adoção da arte como terapia possibilita ao cliente identificar nas suas representações artísticas, seus sentimentos, pensamentos e sensações em diversas épocas ou situações de vida. No século XIX, as expressões artísticas já eram utilizadas em hospitais como atividades terapêuticas e no diagnóstico de alguns quadros clínicos patológicos.

A representação plástica funciona como excelente meio de comunicação entre o terapeuta e o cliente. Alguns pacientes se recusam a expressar seus sonhos e fantasias, alegando que não possuem habilidades artísticas, mas é função do terapeuta desvincular essa ideia, explicando a importância da prática de expressão e sua eficácia no processo terapêutico. Como instrumento de desenvolvimento cognitivo, a arte representa interação do organismo em amadurecimento com o meio ambiente, adaptando-se e interagindo com o local em que vive.

A cognição é composta pela presença de fatores como, autonomia, juízo crítico, independência, memória, pensamento, sentimento, que traduzem a capacidade do indivíduo de usufruir de condições biopsicossociais adequadas as suas necessidades. 

A arte-terapia oferece oportunidade de exploração de problemas e de potencialidades pessoais por meio da expressão verbal e não-verbal e do desenvolvimento de recursos físicos, cognitivos e emocionais , bem como a aprendizagem de habilidades, mediante experiências terapêuticas variadas.

É possível identificar preocupações, anseios e interesses do paciente, além de desenvolver habilidades e personalidade, é utilizada como meio reconciliador de conflitos emocionais, e de facilitar a autopercepção e o desenvolvimento pessoal, pontos extremamente relevantes para a vida do idoso.

A utilização desse tipo de terapia expressiva em idosos sadios ou portadores de demências é uma proposta que objetiva a manutenção da integridade cognitiva, emocional e social para indivíduos nessa fase da vida. 

É crucial ressaltar que esse segmento terapêutico visa por meio das técnicas de terapia expressiva promover o bem estar do idoso, manter sua funcionalidade, retardar o avanço da demência, melhorar as condições de interação com os familiares e simultaneamente investir do bem estar da família.


No idoso portador de demência, alguns dos principais pontos da doença a serem trabalhados na arte-terapia são:

· Manifestações de depressão e ansiedade;
·  Inadequações de comportamento social;
·  Sexualidade;
· Relações interpessoais;
· Déficits de memória;
· Desenvolvimento e manutenção da linguagem;
· Percepção de tempo e espaço;
· Funcionalidade nas atividades de vida diária;
· Retardamento do curso das afasias, agnosias e apraxia;

Esse recurso deve ser explorado e utilizado da forma mais adequada e satisfatória possível para o idoso dentro do quadro que esse apresenta. É importante que o terapeuta considere as expectativas da família e as limitações do cliente para que haja harmonia durante qualquer tipo de intervenção.  



Entenda como o Cinebate em Gerontologia contribui com a reflexão sobre o envelhecimento

Você já ouviu falar em Cinedebate? E Cinedebate em Gerontologia??

   O cinedebate em Gerontologia é um modelo que visa a inserção social dos idosos por meio da discussão de filmes. Através de suas sessões, é possível vivenciar o cotidiano, que carrega consigo diversos significados, e realizar os debates em torno do processo de envelhecimento.
   Este tipo de atividade se torna uma importante ferramenta para abordar os aspectos biopsicossociais que compõe a multidimensionalidade humana e permite que as questões de envelhecimento saudável e qualidade de vida na velhice sejam abordadas através das reflexões baseadas na história de um filme.
   A visão que o indivíduo terá sobre o filme é influenciada diretamente por quem é este indivíduo, em qual situação ele está e qual a trajetória de vida dele. Desta forma, o filme passa diferentes significados a cada pessoa e por meio dos Cinedebates em Gerontologia, um mesmo filme, pode permitir que cada idoso encontre um significado diferente em sua vida. 
   Os Cinedebates em Gerontologia permitem a promoção da saúde dos participantes, principalmente quando são retratadas as cenas do cotidiano, buscando o envelhecimento saudável e a qualidade de vida. Desmistificar alguns temas que são tratados de forma cautelosa em nossa sociedade, apresentar novas perspectivas, a busca pela intergeracionalidade e a quebra dos estereótipos se tornam alguns caminhos pelos quais os participantes dos Cinedebates em Gerontologia podem usufruir.
   Um dos exemplos de filmes que podem ser utilizados em Cinedebates em Gerontologia é o filme Chuvas de Verão de Cacá Diegues, que busca retratar a sexualidade da velhice, mostrando que não há idade para o desejo, para o amor e para o sexo.
   Outros filmes demonstram as perdas de papéis sociais, a decadência física e a necessidade das ajudas dos filhos. A necessidade de reorganização familiar e da solidariedade entre gerações se faz presente no filme A Cruz dos Anos, que de alguma forma nos mostra a falta de programas voltados para os idosos e que acompanhem o processo de envelhecimento, garantindo uma velhice amparada.
    Nesta perspectiva, podemos verificar o quão os Cinedebates podem ser muito proveitosos e construtivos, principalmente quando se busca o envelhecimento com qualidade de vida e bem estar.


Estas informações podem ser verificadas no livro “Cinema, velhice e cultura – Cinedebate”.

Cuidador familiar, como escolher?



        A escolha de cuidador(a) da pessoa idosa no âmbito familiar surge de acordo com a evolução do grau de dependência ou da complexidade do quadro de saúde da pessoa apresenta-se.

    Este processo comtempla vários fatores, como exemplo, experiências pessoais e costumes que refletem também o comportamento da família. Da mesma maneira que essa função pode ser muito gratificante, pode ser sentida como sobrecarga. 

    Os costumes e as crenças presentes no cotidiano costumam ter bastante peso no momento da decisão, por exemplo, em alguns casos o papel de cuidador principal acaba sendo ocupado pelo parceiro, que oferece os cuidados com ou sem ajuda de filhos. Já em outros arranjos essa é uma ação frequentemente manifestada por uma das filhas e seu cônjuge com ou sem ajuda dos irmãos. 

     Nos casos em que o cuidador é casado e convive com o portador, a função é assumida por questões de proximidade física, assim como a compreensão de que essa é uma "obrigação" de companheiro(a) em função das relações de cônjuge. Podemos constatar ainda com naturalidade que outros membros da família participem dos cuidados de forma mais distante e facultativa.

      É importante enfatizar que a designação do cuidador é algo que ocorre com certa sutileza em alguns contextos, e em outros, mais pontual e contundente. Todavia é certo que existem fatores chaves como, habilidades e tarefas que serão realizadas durante a jornada de cuidados.

     No Brasil existem serviços no SUS e na esfera Suplementar que capacitam pessoas da família para desempenhar tal função com mais preparo e conhecimento, garantindo dignidade, respeito e segurança ao ato de cuidar. As equipes que facilitam esse tipo de capacitação, buscam através de metodologias e programas desenvolvidos por especialistas no assunto alcançar os objetivos para capacitação do cuidador familiar.

Para você saber mais sobre o assunto:



 

Bilhões de neurônios, o tesouro do corpo humano


Algumas pessoas atribuem esquecimentos e falhas da memória como uma situação resultante  da deficiência de algum componente químico ou hormônio importante para o funcionamento do cérebro. 

Entretanto em grande parte dos casos esse fato ocorre pela falta de estimulação de sinapses e das habilidades cognitivas da pessoa. Para que este assunto seja assimilado com mais facilidade, é importante transmitir algumas informações básicas sobre Sinapses

Temos no cérebro humano bilhões de neurônios. Muitos estão localizados no em uma região denominada de córtex cerebral e estabelecem inúmeras conexões. Estas conexões entre células, possuem como principal benefício gerar ligações entre elas e transmitir informações que são definidas como sinapses.

No século passado, cientistas já haviam conseguido demonstrar que a ausência de estímulos das sinapses, possivelmente resultaria em perda funcional, assim como o estimulo das mesmas proporciona melhora funcional. 

O estudo realizado na Universidade da Califórnia, buscou aprofundar o que se sabia sobre movimentos musculares, então os pesquisadores identificaram que conforme às conexões entre células fossem estimuladas, havia melhora nas respostas musculares de diferentes tecidos do corpo, pois ao liberar neurotransmissores específicos, ativam um sinal nas células presentes do local analisado.

Outros estudos que buscaram comprovar que, interromper a estimulação das sinapses por um tempo prolongado, gera prejuízos em terminações nervosas e prejuízo na liberação de neurotransmissores, assim como perda da memória e morte celular.

Outra descoberta que ocorreu no século vinte pela neurociência, é que a repetição de determinados estímulos que produzem uma informação, levam a favorecer a neuroplasticidade e fortalecimento em domínios da memória. Informações que não são esquecidas, mesmo com ausência de estimulação, provavelmente estão vinculadas a algum envolvimento emocional da pessoa com o acontecimento.

Um exemplo pode ser este texto, que não há comprometimento emocional com o leitor, você que está lendo agora, mas se esse mesmo texto for estudado por várias vezes, às informações presentes nele serão facilmente relembradas e resgatadas quando necessário. 

A mesma coisa acontece com um filme que você assistiu há um mês atrás e precisa assistir novamente para que seja recordado com sucesso em detalhes. Você ficou curioso para entender como são gerados os neurônios?

No próximo capítulo sobre este assunto, será comentado sobre o uso de alguns recursos e os efeitos das tarefas ecológicas de para estimulação do cérebro, que quando realizadas no cotidiano preserva o cuidado com saúde mental, memória e qualidade de vida.

Compartilhe nosso texto com quem você considera importante, estimule o conhecimento.

Hábitos alimentares que favorecem a Longevidade

   A alimentação, por muitas vezes, é compreendida apenas como um dos meios para satisfazer necessidades momentâneas. Mas este conceito não é adequado e é muito simplista, já que estão envolvidos diversos outros fatores. Durante a alimentação obtemos os nutrientes necessários para o crescimento, suplementação de vitaminas e minerais, reforço do metabolismo e bem-estar.

    Considerando o envelhecimento, cabe ressaltar que alguns mecanismos como a ingestão, digestão, absorção, transporte e excreção das substâncias podem apresentar déficit. Além disso, a literatura descreve reduções nos tecidos de órgãos (rins, fígado, cérebro). Alguns estudos evidenciam a redução da massa corporal e da água corporal total, além de um aumento progressivo de gordura. 

    Todas estas alterações contribuem para a modificação do padrão alimentar no idoso, o que requer mais atenção, para que sejam compreendidas, a fim de se identificar a real necessidade da ingestão dos nutrientes adequados durante todo o ciclo de vida.

    Você sabia que a alimentação é um fator de risco para doenças cardiovasculares? Consumir alimentos saudáveis na quantidade ideal  além de contribuir para o envelhecimento saudável, são considerados como fatores de proteção.
     Existem outros fatores que também contribuem para melhorar a qualidade da alimentação, um deles é reduzir o consumo de álcool, que reduz o risco de infarto e aumenta a sensibilidade à insulina. Os flavonoides, são compostos vegetais que previnem patologias associadas ao envelhecimento, como a Doença Coronária. 

   O vinho tinto contém resveratrol, reduz o risco da Doença Coronária e pode proporcionar mais longevidade. É possível observar que diversos são os alimentos com potencial de contribuição para o envelhecimento saudável. Porém, outros fatores, como: tabagismo, alimentação rica em açúcares e gorduras, falta de atividade física e consumo excessivo de bebidas alcoólicas causam efeito prejudicial para saúde.

   O estado nutricional pode ser medido a partir do balanço energético (Ingestão de Alimentos x Gasto Energético), medidas bioquímicas (proteínas, glicemia, lipídeos, hormônios, vitaminas), aspectos clínicos e avaliação antropométrica. A alimentação e nutrição possuem um impacto direto na saúde e no bem-estar de idosos, consequentemente influenciando na sua qualidade de vida.

  A relação do estado nutricional com fatores fisiológicos, também é influenciado pelos questões psicológicas, socieconômica e ambiental. A dieta é determinada pelo padrões econômicos da população e seus hábitos ou condições de vida. De que adianta um cardápio super elaborado, com todos os nutrientes necessários se não forem observadas possibilidades econômicas? 

   Certamente o idoso ou qualquer outro indivíduo deixará de comprar os alimentos recomendados, além das condições de preparo dos alimentos que podem ser desfavoráveis. De acordo com o Manual de Gerontologia (2012), outras orientações no que diz respeito ao consumo alimentar para idosos podem ser destacadas:
  • Priorizar pratos tradicionais, para que o idoso se sinta motivado a se alimentar;
  • Adaptar técnicas culinárias ao idoso, se necessário corte ou triture o alimento antes de oferecer;
  • O prato deve ser visualmente atrativo, com diferentes cores, formas, texturas e aromas;
  • Fazer a refeição em um ambiente agradável;
  • Experimentar realizar novas formas de preparação, além das já utilizadas;
  • Beber água em intervalos regulares;
  • Moderar o consumo de sal, açúcar e bebidas alcoólicas;
  • Dar um passeio antes da refeição para estimular o apetite, caso este esteja em falta;
  • Evitar passar muito tempo na cozinha e preparar refeições que possam ser congeladas;
  • Aumentar o uso de ervas e limão, além de diminuir o consumo de enlatados.
    Estas são algumas dicas para saúde a mudanças comportamentais que se incorporadas em todas idades, promovem o envelhecimento saudável. Procure sempre orientação de um profissional da saúde, essa escolha favorecem suas chances de sucesso em um tratamento ou conquista de resultados importantes para sua qualidade de vida. 

Lá na nossa página de eBooks, disponibilizamos 02 materiais sobre este assunto:

👴Cartilha de Alimentação Saudável; 

👉Guia Alimentar da População Brasileira: Fascículo 2;


O peso da espiritualidade e religião na vida de indivíduos idosos



         Quando chegamos à velhice, por ser considerada a última etapa de nossas vidas, de certa forma somos induzidos à reflexão sobre alguns temas que envolvem existência, morte e missão. A religiosidade e espiritualidade nesses casos nos fornece amparo como saída para encontrar as respostas dessas indagações. Ao chegar nessa etapa, algumas pessoas acham necessário fazer um balanço geral da vida, os resultados acabam por indicar um vácuo existencial e a religião e espiritualidade tornam-se mais presentes na vida dessas pessoas com a função de amparo nessa situação.
De maneira bem sucinta devemos deixar claro que religiosidade é quando um indivíduo segue, acredita e pratica uma religião e espiritualidade. Ela está ligada a um tipo de experiência que se expressa pela consciência de que existe uma dimensão transcendente caracterizada por certos valores em relação aos outros, a natureza, vida, a nós mesmos e qualquer outro aspecto reconhecido como ser supremo.
A presença da espiritualidade em nossas vidas pode estar relacionada com explicações fornecidas para esclarecer pontos cruciais sobre os fins últimos da existência, passado, presente, busca de significado, autotranscendência e heroísmo diante do sofrimento. A espiritualidade não necessariamente precisa ter ligação com a prática religiosa ou crença.
 Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS) entende que a espiritualidade contribui imensamente para o aumento da qualidade de vida e foi incluída nos âmbitos de domínios que devem ser considerados nas avaliações e na promoção a saúde em todas as idades.
Idosos e adultos que percebem a vida com algum significado religioso são mais aceitadores e tolerantes do que os que não enxergam dessa maneira. Têm menor predisposição ao sentimento de vazio existencial e são mais realistas na perseguição de metas. Com isso, ficam menos expostos a insatisfação e frustração. É frequente ainda a percepção de bem estar subjetivo em idosos que tem a religiosidade e espiritualidade presentes em seu cotidiano, muitos se sentem bem e satisfeitos, independente das circunstâncias negativas a velhice. 
Existem duas teorias sobre o aumento na religiosidade na velhice. A primeira é que, por temerem a morte, os idosos passam a acreditar mais em Deus e a rezar mais. A religiosidade pode se dar ainda como um fenômeno cultural, que se apresenta de diferentes formas em diferentes sociedades. Assim os idosos atuais são mais religiosos do que os jovens, porque se desenvolveram num contexto em que a religião era mais presente nas famílias do que atualmente. A segunda considera que a proximidade da morte faz com que os idosos encaminhem buscas por temas existenciais e que o façam por meio da crença ao sagrado.
Os indivíduos mais longevos acabam por desenvolver algo que chamamos de gerotranscendência, reforçando o senso de integridade do ego e sabedoria. A morte pode ser entendida como um evento sintônico a vida e desfecho natural de todos os seres humanos, envolvendo diversos aspectos relacionados à compreensão do mundo de ampliação do self e envolvimento vital em busca da paz de espírito. Estes idosos dificilmente negam a velhice e quando se mantém produtivo perante a sociedade, alcançam tal nível de maturidade, que reconhecem seus próprios limites, não em busca de estar à altura das expectativas dos outros, mas se engajam na busca da perfeição pessoal que lhe parecem significativa.

Parkinson`s Boxer: na luta contra a doença de Parkinson!


 De todas as práticas e métodos terapêuticos das quais eu já conheci ou ouvi falar para portadores de Doença de Parkinson (DP), confesso que um dos mais interessantes é o programa Rock Steady Boxe. Esse tipo de atividade é fruto da ideia pioneira de um americano que aos 40 anos foi diagnosticado como portador de DP.

   As pesquisas nos fornecem constan-temente informações satisfatórias para compreendermos que os portadores de doenças crônicas necessitam participar de algum tipo de atividade que  possibilite o aumento da qualidade de vida.  Um aspecto tão importante como esse é de grande peso quando pensamos em expectativa de vida e melhor desempenho no tratamento dessas doenças, principalmente quando se trata do portador de DP, na qual a prática terapêutica do boxe pode, de certa forma, influenciar na execução das atividades de vida diária. Os treinadores que participam desse tipo de programa enfatizam que o grande diferencial é a capacidade de exercitar potencialidades como, força, flexibilidade e agilidade.

   Outro fator interessante é que a estratégia de treinamento do boxe procura sempre trabalhar os movimentos do corpo, combatendo a rigidez muscular (ponto forte da DP). O poder de impactar beneficamente na rotina dos Parkinson`s Boxer auxilia na progressão dos treinos e é vista com bons olhos pelos familiares que acompanham e notam a evolução por meio da atividade, diminuição dos sintomas e adoção de uma vida mais saudável. 

     As aulas são estruturadas em quatro níveis e procuram atender as peculiaridades de cada frequentador, entendendo suas necessidades e limitações. A divisão desses níveis é baseada de acordo com o grau de instalação da DP no indivíduo e sua capacidade na execução de atividade física. A definição de alocação dentro dos níveis é feita por meio de uma avaliação da equipe de treinamento que avalia uma série de domínios que buscam enxergar o idoso de uma forma abrangente. De uma maneira bem sucinta vamos abordar esses níveis:
  • Nível 01: O foco desse modulo é, basicamente, melhorar o nível de condicionamento físico, desequilíbrio postural e manutenção do corpo saudável. 
  • Nível 02: O objetivo desse nível é manter o nível da capacidade de execução de atividade física, incentivo a respiração profunda, melhorar a precisão dos movimentos.  
  • Nível 03: Já nessa fase o idoso adota um perfil de treinamento mais seguro, desenvolve melhor seu grau de autoeficácia e autoconfiança. Caso haja problemas com a balança, os treinadores ensinam técnicas que auxiliam na perda de peso por meio das atividades, são treinadas também técnicas de respiração profunda, terapia de voz, e combate ao comprometimento cognitivo.
  •  Nível 04: Essa última etapa busca trabalhar flexibilidade, nível de estresse, equilíbrio, autoconhecimento e melhor desempenho da marcha. 
  É isso ai, espero que vocês tenham curtido conhecer um pouco sobre o Rock Steady Boxe. Minha dica gerontológica é, adote práticas de terapias alternativas indicadas por um gerontólogo. Elas podem ser uma ótima solução para pacientes que tem dificuldade na adesão dos planos de tratamento, promova o bem estar. 


Dança Sênior: atividade promotora de bem estar e socialização!

      A dança sênior foi criada em  1974 na Alemanha. A atividade serve como uma ótima opção de prática terapêutica a ser desenvolvida com idosos e outros indivíduos que apresentam alguns tipos de limitações físicas. O grande diferencial é que ela pode ser praticada em pé, sentada, lenta ou rápida e adaptada de acordo com as necessidades de quem a pratica. Outro ponto que merece destaque é a dinâmica pela qual a atividade é conduzida, com músicas alegres e animadas para que os participantes desfrutem da sensação de prazer e diversão.


  Alguns problemas como, isolamento, tristeza, abandono de papeis sociais, depressão e etc, são causados em decorrência do declínio de função motora. É nesse sentido que terapias alternativas como a dança sênior se mostram efetivas com suas técnicas em prol da melhora na qualidade de vida por meio da socialização, comunicação, lazer, aumento da rede de relacionamento e também na manutenção dos movimentos e equilíbrio dos idosos que participam da atividade.

    Pesquisadores destacam a capacidade de produzir efeitos preventivos e terapêuticos como, melhora da força muscular, diminuição da rigidez articular, ganho de movimentos coordenados, além da melhora na marcha, postura e equilibro, como já havíamos citado anteriormente. A dança sênior também pode ser desenvolvida por portadores de doença de Parkinson, pois estudos demonstram uma grande melhora na execução das atividades básicas de vida diária que antes apresentavam-se comprometidas.

       A dança sênior mostra-se muito promissora como método terapêutico, principalmente na melhora dos  aspectos físicos, psicológicos e emocionais. A interação da música, movimentos e convívio social proporcionam a sensação de bem estar, auto estima e equilíbrio emocional. É importante ressaltar que o desenvolvimento de potencialidades e aumento da sensação de auto eficácia colaboram para estimular o interesse do idoso em adotar um papel mais ativo e com maior engajamento nas atividades do cotidiano.

   Estudiosos enfatizam que um fator determinante no conceito de velhice bem sucedida não é a preservação de desempenho igual a de jovens, mas a ideia de que para se ter uma boa velhice é necessário preservar o potencial de desenvolvimento do idoso. Claro que devem ser levados em conta os limites individuais estabelecidos por condições de saúde, estilo de vida e etc. Há uma grande relação entre qualidade de vida e a qualidade dos nossos movimentos, quando há uma mudança na percepção cinestésica do indivíduo e na auto imagem, acredita-se que também haja mudanças no comportamento do ser humano.

   A elaboração de atividades como a dança sênior estão pautadas na teoria da atividade, um dos pontos chaves dessa teoria é a ideia de que o declínio em atividades físicas e mentais na velhice determina a suscetibilidade à doenças psicológicas em idosos. É essencial colocarmos em questão o papel da interação social como auxiliar na potencialização de autoconceito do idoso, sugerindo que os papeis perdidos no processo de envelhecimento podem e devem substituídos por novos papeis sociais.
   

A importância do apoio familiar e da intergeracionalidade para a velhice



     Sabemos que o envelhecimento é um processo natural e inevitável. Este evento traz consigo uma série de alterações nos aspectos biológicos, psicológicas e sociais. Embora alguns especialistas priorizem mais a esfera de sua competência, cabe ressaltar que o equilíbrio entre os três aspectos apresentados é fundamental para o bem-estar e para a qualidade de vida do idoso. Nesta perspectiva, ressaltaremos a importância do apoio familiar e da intergeracionalidade para a saúde e bem estar dos idosos.
   
Durante este complexo fenômeno do processo de envelhecimento passamos por várias experiências únicas que irão determinar as formas de enfrentar os problemas na velhice. Enquanto se vive a idade adulta, pode-se considerar que as pessoas estão cheia de funções, com muitos papéis sociais, podendo considerar até mesmo uma fase de estabilidade. Nesta fase, normalmente, as pessoas se encontram estabilizadas em um emprego, com a família e amigos.

    Todavia, na velhice, as pessoas tendem a perder muito de seus antigos papéis na sociedade. O evento da aposentadoria, além de trazer restrições financeiras, ainda afasta os amigos, e a medida que se envelhece, a chance de reduzir o ciclo de amizade, aumenta. Muitos dos antigos amigos falecem, as pessoas que viveram os mesmos eventos históricos também não mantém mais contato. Os filhos se casam e se mudam, muitas vezes deixando de amparar os pais emocionalmente.

     Nesta perspectiva, vemos a importância de um apoio familiar na velhice. Uma família na qual as decisões do idoso é respeitada e colocadas em prática, pode muitas vezes afirmar ao idoso a ideia de pertencimento e de funcionalidade para  família e para as gerações mais novas. É importante destacar que essa valorização do idoso para a família e para as gerações mais novas difere culturalmente. Na cultura oriental e em algumas tribos indígenas, a valorização do idoso é fundamental para o desenvolvimento de sua sociedade.

     Embora ressaltada a importância do apoio familiar, a globalização vem trazendo mudanças às questões relacionadas ao apoio na velhice também. A mudança da estrutura familiar, com a mulher no mercado de trabalho, deixando de ser a única e exclusiva fonte de cuidado/apoio ao idoso e o acesso fácil a internet, fazendo com que muitas informações sejam obtidas rapidamente  sem necessitar da opinião de uma pessoa mais experiente, muitas vezes deixa ao idoso a sensação de exclusão.

      O suporte social da família entra como um fator protetor ao idoso, uma vez que  pode trazer respostas positivas à saúde, ao ajudar os  idosos a encontrar formas de enfrentamento e recuperação de doenças, estresse ou situações conflitantes da vida. Desta forma, o suporte familiar possui influência direta nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais dos idosos, principalmente quando funciona como um fator de equilíbrio.

     A intergeracionalidade também pode entrar como parte do apoio familiar, considerando que, atualmente, várias gerações estão convivendo na mesma residência. Está sendo cada vez mais comum, a separação de casais, na qual os filhos, agora com netos retornam à casa dos pais. Isso permite que os idosos tenham contato com costumes em vigência, ao conviver com os netos, além de ter a oportunidade de acesso as novas tecnologias e aprender a utilizar as mesmas. Porém, é importante ressaltar que os cuidados da família com o idoso depende fundamentalmente de como o idoso se comportou perante a família ao longo da vida.

     Embora sejam estas situações comuns, é preciso conscientizar a população da importância desse tipo de contato com familiares e da prática de ações intergeracionais para a saúde e bem estar dos idosos. Você já pensou como é seu tipo de relação com um idoso próximo? Seria necessária mais atenção e paciência?
   

Envelhecer superando a visão negativa


       Durante muito tempo, simplesmente presumiu-se que, ao envelhecermos, e a medida que o corpo começasse ficar mais lento, nossas emoções de modo geral, seguiriam o mesmo rumo, e tudo se tornaria mais atenuado com o decorrer dos anos. Em um dado nível essa visão prevaleceu entre os cientistas porque mostrava-se totalmente sensata.

      Entretanto, assim como muitas especulações levantadas sobre o envelhecimento do cérebro, também isso estava errado. Quando os estudos sobre envelhecimento ganharam força, constatou-se totalmente o inverso. Os pesquisadores descobriram que a partir da meia idade nós passamos a ter uma visão mais tranquila do mundo e a medida que o tempo passa, nossas emoções não só se mantém predominantemente intactas, como são consideradas mais resistentes do que algumas aptidões de outras áreas.

         Um bom exemplo é que durante o processo de envelhecimento nos tornamos mais maduros e seguros para discutir sobre nossos sentimentos e de como eles são afetados durante nosso cotidiano. Uma pesquisa realizada pela universidade da Califórnia com pessoas de meia idade, por volta dos 41 anos, as pessoas recordavam mais imagens positivas (bebê sorrindo) do que negativas (desastres naturais). As pesquisadoras chegaram a conclusão que esse comportamento permanece  por vários anos. Também foram utilizadas amostras compostas por indivíduos octogenários, e em todos os testes os resultados eram idênticos.

        Na memória e atenção, há uma clara preferência pelo positivo em relação ao negativo. Alguns estudos menores já indicavam, que conforme envelhecemos, recordamos e relatamos mais aspectos positivos da vida cotidiana. Na velhice, relatamos um número menor de maus momentos dos nossos dias. Somos muito menos propensos a rotular um dia inteiro como ruim, apenas por incidente infeliz.
        Se questionarmos um idoso sobre como foi o seu dia, é bem provável que ele diga,"Ah, foi bom"; E se você perguntar se lhe aconteceu algo ruim, é bem provável que ele responda, "Não". Já com os mais jovens,  é possível observar o contrário. Eles tendem a dizer, "Ah tive um dia péssimo, tive uma briga com meus pais".

        Não é que os mais jovens não vejam o lado positivo dos acontecimentos, é que, com eles, a reação negativa está mais alerta. Com o passar do tempo nós não ficamos cansados das coisas ruins e simplesmente as isolamos. A responsável por este comportamento chama-se amígdala. Nós temos uma em cada hemisfério do cérebro, elas tem esse nome decorrente da sua forma e tamanho.

        Então, como funciona a nossa amígdala durante o processo do envelhecimento? Cientistas do Instituto de Tecnológico de Massachusetts (MIT) descobriram que com o passar dos anos, de maneira linear, nossas  amígdalas reagem menos a eventos negativos. Alguns experimentos expondo imagens negativas e positivas foram realizados com idosos, afim de confirmar tais resultados, porém o lado positivo predominou. O estudo constatou que nosso cérebro, de forma automática e pré-consciente passa a acentuar as impressões positivas e eliminar as negativas. 

Cartilha para acessibilidade ambiental

    Queridos colegas, confiram essa Cartilha com dicas e orientações ilustradas para acessibilidade ambiental em domicílios de pessoas idosas.

    É uma cartilha muito interessante, com ótimo conteúdo e fácil leitura. Nos foi enviada pela Luiza Pagnelli, graduada em Terapia Ocupacional e mestranda no Programa de Pós Graduação da UFSCar.
    É um material gratuito elaborado no Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com apoio do CNPq. Tem como base vários estudos e experiências na área da Gerontologia.
   Objetivo: evitar fatores de risco nas residências de idosos e torná-las mais acessíveis.
   Para isso, são apresentadas algumas orientações e sugestões que podem deixar o ambiente mais seguro e funcional no dia a dia.
   As autoras, Luiza Paganelli e Maria Luisa Emmel, que se identificaram com a importância do tema, esperam contribuir para um envelhecimento cada vez mais saudável e com boa qualidade de vida.

Aproveitem e compartilhem!
Email para contato: paganelli.luiza@gmail.com
A cartilha está disponível no link:https://docs.google.com/file/d/0B9mhHSP06dVBU2VmZGtyaUw0RmM/edit?pli=1

Créditos do texto de apresentação à fanpage Geronto em Ação

Exercícios físicos na velhice: promotor de prazer, saúde e bem estar.


 A prática de exercícios físicos na velhice, a adoção de um estilo de vida "ativo" auxilia na manutenção da capacidade funcional, autonomia física e diversos outros aspectos que devem ser preservados durante o ciclo de vida.

  De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, define o exercício físico como uma sequência sistematizada de movimentos de diferentes segmentos corporais, executados de forma planejada e com um determinado objetivo a ser atingido.
 
 Quando falamos em idosos, o indicado é que sejam escolhidos exercícios físicos que proporcionem prazer ao indivíduo, dessa forma a atividade torna-se significativa e inibe a possibilidade do idoso sentir-se desestimulado com o passar do tempo.

 Devemos ainda ser criteriosos e consultar um especialista antes de escolher o tipo de exercício, com a finalidade de prevenir riscos de lesões e outras complicações, ao considerar que os movimentos, no caso de alguns idosos, poderão ser limitados.
   
 Os exercícios mais indicados e considerados por muito tempo os mais adequados à população na faixa etária superior as 60 anos são os aeróbicos, o que perdurou na crença de que somente estes poderiam ser benéficos ao idoso, principalmente quando  os idosos eram portadores de várias doenças.

    Algumas pesquisas recentes têm mostrado os benefícios da realização de treinamento com pesos para a reabilitação, profilaxia, redução da incapacidade física em pessoas idosas. É importante que diversas formas de exercícios físicos sejam incluídas como possibilidade de prática por idosos, permitindo assim a obtenção de objetivos mais amplos, como o desenvolvimento da capacidade funcional e motora por exemplo.
    Hoje a ciência reconhece que a redução da força muscular é um dos principais fatores relacionados a queda entre idosos. Sabemos que a possibilidade de traumas e fraturas durante a realização de atividades diárias podem gerar não somente comprometimento físico, mas também traz consigo sérias consequências emocionais, hoje conhecidas com "síndrome pós-queda".
    Torna-se então necessária a realização de ações preventivas com a finalidade de diminuir fatores de risco para as quedas. Podemos, a partir desse problema, destacar a importância da musculação, uma vez que se trata de um treinamento muito eficiente para aumentar a força muscular, densidade óssea e flexibilidade, mesmo naqueles idosos mais longevos, adaptando aos limites e peculiaridades de cada um.


    Especialistas acreditam que diversos benefícios são adquiridos com a prática de exercícios físicos e entre eles estão:

  • Melhora o equilíbrio;
  • Resistência óssea e muscular:
  • Efeito preventivo e terapêutico em ralação ao Diabetes e a Hipertensão Arterial ;
  • Postura, marcha e flexibilidade; 
  • Prevenção à doenças cardiovasculares;
  • Respiração e circulação sanguínea; 
  • Proporciona auto-estima;
    Em pesquisa realizada na Universidade Estadual de Londrina, dados indicaram que a hidroginástica é uma das atividades que mais desperta interesse entre idosos, pois os movimentos feitos na água minimizam os riscos de fratura ou lesão, uma vez que não geram impacto com o solo. Ainda no leque de atividades mais procuradas e indicadas por educadores físicos estão:

  • Alongamento;
  • Natação;
  • Dança;
  • Caminhada;
  • Musculação;
  • Pedalar;


Praticar exercícios físicos é sempre muito bom, mas vale ressaltar que, para a atividade não se transformar em perigo à saúde do idoso é importante a orientação de um profissional.


Marconi Luckas Cutrim Lima 


Úlceras por pressão


    A úlcera por pressão ou "escara", como os leigos denominam, é um tipo de lesão causada principalmente nas proeminências ósseas, resultante da constante pressão provocada ao tecido e a pele, impedindo a manutenção de uma boa qualidade de circulação de sangue nessas regiões. Os indivíduos acamados e que possuem alimentação inadequada , nessas condições, estão mais vulneráveis a esse tipo de complicação.

    O National Pressure Ulcer Advisory Panel, classifica a úlcera por pressão como uma lesão localizada na pele e/ou na estrutura subjacente geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento.

    Em hospitais, instituições de longa permanência e outros equipamentos de saúde  nos quais são realizadas internações de tratamento a longo prazo, o índice de pacientes com úlcera por pressão é elevado, exigindo dos profissionais de saúde a criação de diversos mecanismos com o intuito de prevenir tais lesões. As estratégias de prevenção vão desde a avaliação nutricional para identificar possíveis deficiências nutricionais, treinamento da equipe para utilização de técnicas e elaboração de protocolos, utilização de equipamentos especiais, como colchão piramidal, placa de hidrocolóide, curativo mepilex e óleos de proteção para pele.


    O padrão indicado nos cuidados às pessoas acamadas é que a mudança de decúbito(posição) seja realizada  de 2\2 horas e a cada mudança seja realizada massagem de conforto. Esta técnica é indicada para pacientes com pele integra, pois aqueles que já apresentam algum grau de lesão podem ter piora no quadro. É contra indicado também o uso de sacos plásticos na parte de baixo dos lençóis porque esse tipo de prática leva a um aumento de temperatura na região que, consequentemente, gera hiperemia cutânea.

    As úlceras por pressão podem ser classificadas em até 4 estágios e o que define sua classificação é a forma como ela se apresenta, determinando assim qual será a estratégia de tratamento e os métodos adotados para solução do problema.

    O processo de cicatrização ocorre a longo prazo e exige que haja dedicação integral nos cuidados. É necessário que os familiares estejam cientes de como se dará o tratamento, para que sejam compreensivos com a equipe profissional. Outro ponto relevante é que comumente os pacientes apresentam algum dano psicológico ou impacto na auto-estima.

    Bom, espero que tenhamos abordado de forma bem simples esse tema, para que seja entendido a importância de prevenir esse tipo de lesão e evitar que outros tipo de complicações oportunas venham  se apresentar diante do quadro. Lembre-se que caso você possua um familiar que esteja acamado ou em situação de repouso absoluto por um longo período, é necessário o acompanhamento profissional para que os riscos sejam avaliados e as orientações necessárias sejam realizadas.

Polifarmácia e o risco de iatrogenia em idosos


Vamos refletir sobre a polifarmácia. Quais os riscos essa prática gera para saúde e porque ela ocorre. 

O objetivo desse artigo é fornecer alguns elementos para compreender fatores que ampliam os riscos à saúde.

    Polifarmácia pode ser caracterizada como a ingestão de vários medicamentos com a finalidade de tratamento de uma ou mais doenças, e que foi orientado por um profissional de saúde ou por conta própria. Associar diversos medicamentos pode gerar complicações durante o tratamento!

Alguns autores descrevem iatrogenia como uma complicação que ocorre decorrente da piora no tratamento de um paciente, devido aos efeitos de alguns medicamentos prescritos, quando o prescritor ignora a associação com outras drogas (interações e suas reações) impactam negativamente no organismo.

Para que os profissionais de saúde estejam capacitados a prescrever qualquer tipo de substância, é necessário um conhecimento sólido sobre farmacologia e interação medicamentosa.

Outro ponto fundamental é a automedicação, que consiste na decisão de medicar-se a si mesmo por vontade própria e sem o acompanhamento de profissionais que orientem sobre a possibilidade de reações adversas causadas pela ingestão da substância. 

Em alguns artigos, os pesquisadores em saúde afirmam que o conhecimento sobre iatrogenia não tem sido transmitido satisfatoriamente, um dos motivos é deficiência no ensino durante a formação dos profissionais em saúde. 

O objetivo não consiste a responsabilizar os médicos, mas refletir sobre o processo de prevenção e complicações causadas dentro desse contexto como função de todos os profissionais do campo da saúde.

Nos consultórios médicos os idosos são os que mais sofrem com prescrição excessiva de medicamentos. Estima-se que cerca de 85% desses apresentam mais de uma doença (comorbidade).

Considerando que uma consulta ocorra entre 10 e 15 minutos, o que é insuficiente para favorecer uma experiência positiva do paciente.

Uma medicação que causa reação adversa precisará de outra substância para solucionar o problema ou até mesmo gera uma quadro crônico em que exigirá acompanhamento efetivo do estado de saúde.

           As mais frequentes são: 
  • Doenças Cardiovasculares;
  • Osteoarticulares;
  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Doenças do Aparelho Respiratório;
    Para cada uma dessas doenças, a pessoa em tratamento precisa ingerir um ou vários medicamentos e, geralmente, este mesmo paciente passa por diversos especialistas. Nem sempre é verificado qual o número de medicamentos em utilização, ou seja, sem o estudo de interação medicamentosa.

       Por fim, recomendo que durante a consulta sejam informadas às doses de medicamentos que já são utilizados e também informar sobre os que não foram prescritos, mas que são ingeridos (se for o caso). 

Incluindo os fitoterápicos, vitaminas e outros. Aconselho também buscar ajuda profissional (ex: farmacêutico)  que podem utilizar instrumentos científicos de avaliação, eles auxiliam na interação medicamentosa e esclarecem dúvidas sobre a ação de cada substância em nosso corpo.

Quem é o cuidador de idosos?


Quem são os profissionais que atualmente prestam cuidados aos idosos que necessitam de alguma forma de auxílio? 

como contratar esse tipo de profissional e qual a importância deles dentro do contexto assistencial no campo do envelhecimento? Essas são questões de extrema importância, mas que ainda permanecem sem esclarecimento para quem é leigo no assunto, ou seja, muita gente.  

O conceito de cuidador é estudado desde o início da década de 60 e dependendo da perspectiva em que é avaliado, o cuidador pode ser definido como pessoa que desempenha funções de acompanhamento  e assistência a quem necessita de auxílio. 

Alguns anos atrás a figura do cuidador não recebia constante atenção como atualmente, então qual a razão do bombardeio de algumas áreas profissionais para ditarem quem pode ou não cuidar, elaborar regras e qualificar competências? Temos de ser críticos e refletir sobre o posicionamento dos sindicatos e conselhos profissionais no que diz respeito a esse assunto, algumas classes da área da saúde por exemplo dispõe de grande força representativa nos órgãos de estado consultivos, deliberativos e executores, o que de certa forma influencia na hora do governo elaborar um política pública em relação aos cuidadores.
    
O cuidado é inerente ao ser humano, as pessoas desenvolvem e constroem tal dom entre cuidador e quem é cuidado. 

Quando alguém precisa contratar um cuidador de idosos por exemplo, geralmente recorremos a pesquisas na internet, classificados de jornais ou algum tipo de consultoria profissional. Na internet esse tipo de serviço já aparece como top de pesquisas em sites de colocação profissional e de empresas especializadas em consultoria. Dependendo do tipo de auxilio que o cliente precisa é necessário que o cuidador tenha uma formação anterior para desempenhar alguns procedimentos, como: infusão de medicamentos, lavagem de sondas e etc. Hoje quem contrata um cuidador tem um gasto entre 1.000,00 a 1.500,00 reais, é um serviço relativamente caro e inacessível a algumas camadas da sociedade.

Recentemente o Senado brasileiro aprovou a regulamentação dos cuidadores de idosos, poderão exercer a profissão maiores de 18 anos, pessoas que tenham concluído o ensino fundamental e um curso de qualificação profissional. Dentre as competências do cuidador estão, auxílio da realização de higiene pessoal, alimentação, cuidados preventivos de saúde e auxílio na mobilidade e diversos outros. Estima-se que no Brasil existam cerca de 200.000 cuidadores de idosos, a fonte é o relatório de Lei entregue pela Senadora Marta Suplicy. Os cuidadores podem atuar no âmbito domiciliar, ILPI´s, hospitais e centros dia.


Neuróbica: exercícios para memória


 Uma das mais recentes áreas de pesquisa da neurociência, a Neuróbica, constitui um programa inovador de exercícios para o cérebro. Assim como a atividade física ajuda a manter a boa forma, a Neuróbica se propõe a aperfeiçoar a capacidade mental. Essa teoria foi formulada por norte-americanos e é tema de pesquisas realizadas por neurobiólogos do Centro Médico da Universidade de Duke.

 A Neuróbica tem como base princípios científicos, utilizando cinco sentidos: visão, audição, gosto, olfato e tato. Todos os sentidos são estimulados a ampliar a associação entre as diversas informações encaminhadas ao cérebro, treinando a memória e também tentando reavivar o que foi esquecido.

 O cérebro procura reagir as novas informações inéditas que chegam a cada segundo. Ao ser incentivado pelas novidades, o cérebro, mesmo em processo de envelhecimento desenvolve dendritos (são prolongamentos neuronais) que processam informações formando a base do que queremos lembrar, ou seja, memória.

    A revista científica de renome The Lacet publicou um estudo que mostra o caso dos pacientes da doença de Alzheimer, em que o prolongamento dos dendritos não acontece, sendo essa uma das possíveis explicações da perda de capacidade cognitiva desses indivíduos. 

       Em um quadro de curiosidades sobre o cérebro na pauta televisiva, na entrevista com o professor neurocientista Robert Lent. Foi explicado o achado dos pesquisadores, os exercícios cerebrais fazem bem para memória, um exemplo desses exercícios é fechar os olhos e tentar identificar o que está num prato de comida, utilizando tato, gosto e olfato. Ao criar a avaliação tátil, se formará um circuito neural diferente no nossos cérebro.

  Os sentidos, emoções agradáveis de interações sociais, são um importante recursos para esse tipo de prática, pois existem várias pesquisas demonstrando o efeito da emoção sobre os diversos sentidos. 

    As terapias cognitivas devem ser assistidas por um profissional treinado e capacitado?

>>>>> Continua no próximo capítulo sobre este assunto

Breves informações sobre Sarcopenia



    A sarcopenia pode ser conceituada como perda de força e massa muscular, diversos autores demonstram maior prevalência de incapacidades e dependência funcional em idosos, particularmente do sexo feminino. 

Esses aspectos estão intimamente associados a redução da massa muscular decorrente do envelhecimento mesmo em idosos saudáveis.

   A perda de massa muscular é uma das principais variáveis utilizadas na caracterização da síndrome da fragilidade, que é altamente presente entre idosos, apresentando-se como fator de risco para quedas, incapacidade, fraturas, dependência, hospitalização e mortalidade.

    Especialistas relatam que em homens e mulheres de faixa etária entre 20 e 80 anos de idade a perda de massa muscular do nosso corpo equivale entre 35% a 40%. A perda de massa muscular nem sempre resulta em perda de peso, devido a natural substituição correspondente a gordura corporal.

 A sarcopenia é presente em cerca de 10% a 30% em homens na faixa dos 60 anos e em mulheres na faixa dos 50 anos. Algumas queixas e sinais são fundamentais para identificar a sarcopenia, entre eles podemos citar: perda de peso recente (especialmente da massa magra), fadiga, quedas frequentes, fraqueza muscular, diminuição da velocidade da caminhada e redução da atividade física. 

O processo de envelhecimento acaba por nos impor algumas condições biológicas que devemos nos atentar, uma delas é a redução da síntese de proteínas musculares. 

Após os 70 anos a perda de força muscular torna-se ainda maior, com o aumento da idade acredita-se que haja um redução progressiva na potência muscular, na velocidade da geração de força e na resistência à fadiga, que acabam diminuindo a capacidade de persistir em uma tarefa.

    É valido ressaltar que a perda de força e massa muscular levam ao detrimento da função física, como observado na falta de habilidade para levantar-se de uma cadeira, subir degraus, acelerar o passo e manter o equilíbrio. A diminuição da função física também implica na diminuição da funcionalidade, depressão,  risco de quedas e fraturas.

     O importante é que a sua alimentação seja capaz de fornecer suplementos em seu organismo, realizar o fortalecimento muscular  com exercícios específicos com segurança. O ideal é que se procure orientação e escolher a melhor solução seja tomada sob a luz de um plano de vida.

DHEA o super-hormônio?


Você acredita que um único hormônio tem o poder de fornecer uma série de informações sobre o corpo humano? Pois é sobre o DHEA que vamos conversar um pouco mais hoje.

O DHEA é um dos hormônios mais abundantes do corpo humano e tem sua origem na glândula supra-renal , na verdade, a cascata de hormônio da supra-renal começa com o colesterol que é matéria prima para o hormônio cerebral pregnenolona. A pregnenolona é então transformada em DHEA. E este serve como matéria-prima para a fabricação de todos os outros hormônios importantes secretados pela glândula supra-renal, entre eles está o cortisol que é responsável pelo estresse.
O pico de produção do hormônio acontece por volta dos 20 e 30 anos de idade, seguindo as ordens de um processo biológico a produção passa a ser reduzida e aos 40 anos a taxa de DHEA passar a ser somente metade daquilo que era antes e com 65 anos o nível provavelmente será de 20% a 10% da quantidade ideal.
Alguns estudos indicam que a diminuição deste hormônio no corpo humano tem relação com a presença de doenças crônicas e degenerativas com grande incidência durante a velhice. Em um estudo realizado por Elizabeth Barrett-Connor, famosa pesquisadora da área hormonal, médica, professora e chefe do departamento de medicina preventiva da Universidade da Califórnia, San Diego, monitoraram-se os níveis de DHEA em 242 homens de 50 a 79 anos de idade durante 12 anos. O estudo revelou forte correlação entre os maiores níveis de DHEA e o menor risco de morte decorrente de todas as causas. Entre os indivíduos que sobreviveram, o nível de DHEA era três vezes maior do que entre os que morreram.
Pesquisas indicam que baixos níveis de DHEA seriam responsáveis por muitas doenças degenerativas e pelo envelhecimento acelerado. Considerou-se o envolvimento do hormônio em diversos problemas de saúde, entre eles o Mal de Alzheimer, doenças auto‑imunes e outras doenças imunológicas, o câncer, a síndrome da fadiga crônica, o diabetes, doenças cardíacas, colesterol alto, problemas de memória, obesidade, osteoporose e distúrbios provocados pelo estresse.
E mais: indícios coletivos indiretos provenientes de mais de cinco mil estudos publicados sustentam com veemência a função antienvelhecimento do DHEA. Os cientistas hoje dispõem de provas de que o DHEA:

·        Aumenta a imunidade;
·        Diminui o risco de doenças cardíacas;
·        Melhora da taxa de glicemia e diminuição do risco de diabetes;
·        Prevenção contra osteoporose e câncer;