Polifarmácia e o risco de iatrogenia em idosos


Vamos refletir sobre a polifarmácia. Quais os riscos essa prática gera para saúde e porque ela ocorre. 

O objetivo desse artigo é fornecer alguns elementos para compreender fatores que ampliam os riscos à saúde.

    Polifarmácia pode ser caracterizada como a ingestão de vários medicamentos com a finalidade de tratamento de uma ou mais doenças, e que foi orientado por um profissional de saúde ou por conta própria. Associar diversos medicamentos pode gerar complicações durante o tratamento!

Alguns autores descrevem iatrogenia como uma complicação que ocorre decorrente da piora no tratamento de um paciente, devido aos efeitos de alguns medicamentos prescritos, quando o prescritor ignora a associação com outras drogas (interações e suas reações) impactam negativamente no organismo.

Para que os profissionais de saúde estejam capacitados a prescrever qualquer tipo de substância, é necessário um conhecimento sólido sobre farmacologia e interação medicamentosa.

Outro ponto fundamental é a automedicação, que consiste na decisão de medicar-se a si mesmo por vontade própria e sem o acompanhamento de profissionais que orientem sobre a possibilidade de reações adversas causadas pela ingestão da substância. 

Em alguns artigos, os pesquisadores em saúde afirmam que o conhecimento sobre iatrogenia não tem sido transmitido satisfatoriamente, um dos motivos é deficiência no ensino durante a formação dos profissionais em saúde. 

O objetivo não consiste a responsabilizar os médicos, mas refletir sobre o processo de prevenção e complicações causadas dentro desse contexto como função de todos os profissionais do campo da saúde.

Nos consultórios médicos os idosos são os que mais sofrem com prescrição excessiva de medicamentos. Estima-se que cerca de 85% desses apresentam mais de uma doença (comorbidade).

Considerando que uma consulta ocorra entre 10 e 15 minutos, o que é insuficiente para favorecer uma experiência positiva do paciente.

Uma medicação que causa reação adversa precisará de outra substância para solucionar o problema ou até mesmo gera uma quadro crônico em que exigirá acompanhamento efetivo do estado de saúde.

           As mais frequentes são: 
  • Doenças Cardiovasculares;
  • Osteoarticulares;
  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Doenças do Aparelho Respiratório;
    Para cada uma dessas doenças, a pessoa em tratamento precisa ingerir um ou vários medicamentos e, geralmente, este mesmo paciente passa por diversos especialistas. Nem sempre é verificado qual o número de medicamentos em utilização, ou seja, sem o estudo de interação medicamentosa.

       Por fim, recomendo que durante a consulta sejam informadas às doses de medicamentos que já são utilizados e também informar sobre os que não foram prescritos, mas que são ingeridos (se for o caso). 

Incluindo os fitoterápicos, vitaminas e outros. Aconselho também buscar ajuda profissional (ex: farmacêutico)  que podem utilizar instrumentos científicos de avaliação, eles auxiliam na interação medicamentosa e esclarecem dúvidas sobre a ação de cada substância em nosso corpo.