Um sistema para Telemonitoramento de idosos

Vamos observar alguns aspectos do estudo “Modeling a system for the telemonitoring of elderly patients with chronic condition based on biotelemetry” publicado em março de 2020 pelo Journal of Health Informatics (JHI).


            A pesquisa foi realizada em São Paulo, e os primeiros passos para sua realização foi submetê-la a comissão de ética da Plataforma Brasil, identificar fabricantes de dispositivos para coleta das informações, o desenvolvimento de um App (plataforma) e o recrutamento de voluntários.

De acordo com a OMS, cerca de 2/3 dos óbitos no mundo são de pessoas portadoras de doenças crônicas, no Brasil está associado a cerca de 70% dos óbitos. O reflexo dessa situação não atinge somente os serviços de saúde, é possível perceber problemas sociais, diminuição da qualidade de vida, incapacidade e morte precoce.

            Se tomarmos como exemplo a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM), ambas estão entre as principais causas de mortalidade, mas possuem tratamento. Podem ser abordadas por meio de intervenções educativas, as mudanças de hábitos podem ser facilitadas pela criação de consciência para o sucesso no tratamento.

            Os pesquisadores propuseram criar um sistema de monitoramento adequado as medições de biotelemetria, através da transmissão de sinais biológicos e fisiológicos para uma base capaz de analisar as informações. O objetivo foi identificar possíveis melhoras nas condições de saúde e bem estar. Essas informações vão além dos sinais vitais, levam em conta parâmetros que podem fortalecer a prática da assistência e do autocuidado.

            Uma das tendências em inovação, na saúde, é a incorporação de tecnologias que permitem profissionais de saúde avaliar evidências de forma fidedigna. Aumento na qualidade do cuidado e da decisão na gestão de saúde do paciente são resultados desse incremento.

            Para desenvolver a plataforma, os cientistas buscaram inspiração em protocolos que auxiliassem na detecção precoce de condições crônicas em idosos. O monitoramento permitiu gerar as evidências e aplicar intervenções, foi escolhida uma tecnologia vestível “smartwatch” e os dados foram enviados via WEB 3g / 4g / Wi-Fi.

            A escolha desse dispositivo foi justificada pela possibilidade de o equipamento não dificultar no cotidiano do idoso e permitir a execução das atividades de vida diária. O público-alvo do projeto era composto por pessoas entre 60 e 75 anos, que não possuíam cuidador presente para ajudá-lo a manusear.

            Este tipo de estratégia usa o dispositivo como um hub de comunicações por meio de webservices. Isso é simplesmente fantástico, o idoso não precisa se deslocar da sua residência para ser monitorado. Algumas das funcionalidades são, mensuração da pressão arterial, eletrocardiograma, oxímetro, glicosímetro, termômetro, frequenciamento.  

            O telemonitoramento é iniciado através do cuidado digital automático (sem a intervenção humana) usando mensagens de voz acionadas pelo próprio app. A intervenção humana pode ser acionada de acordo com o nível do alerta enviado, por um atendente ou profissional de saúde. Foi realizada a consulta aos pacientes idosos através de um questionário e o grupo mostrou-se favorável ao telemonitoramento.

            Os testes tiveram duração de 30 dias, o local escolhido foi uma instituição em São Paulo e foram apresentados resultados bem interessantes. Ficou curiosa?

Anexei aqui o link do artigo completo em PDF para download, aproveite.

Referência:

Netto V., et A., Petraroli, Modelagem de um sistema para o telemonitoramento de idosos com condição crônica baseado em biotelemetria. J. Health Inform. 2020 Janeiro-Março; 12(1):10-6