Feridas abertas em meio a pandemia: reflexões sobre um Brasil envelhecido

         


        Com a elevação de pacientes que foram acometidos por Sars-CoV-2, ou Covid-19, também houve aumento nas condições de casos a pessoas acamadas, que por reflexo das sequelas da doença, apresentam déficit motor, com dificuldade na marcha e equilíbrio. Sabemos que é comum em idosos o desenvolvimento das lesões por pressão, em que há importante necessidade do tratamento dessa lesão no tecido por meio de técnicas que proporcionam recuperação e conforto.

    No tratamento de uma lesão, o profissional deve sempre observar aspecto e integridade da pele e ao entorno dela, a pele idosa é mais fina, acorrem lesões com extrema facilidade. O simples fato de aplicar e remover fitas para curativos, gera cisalhamento e fissuras que evoluem sua complexidade rapidamente.

Evolução 

  Foram lançados novos curativos no mercado, foram estimuladas em hospitais e clínicas de longa permanência, equipes de curativo que utilizam recursos de alto custo, exemplos das películas e coberturas impermeáveis, que permanecem por mais dias, sem necessidade de troca, e que não saem durante o banho.

Algumas dicas
    
     
No idoso acamado, e com feridas em região sacra e calcâneo, optar por colchonetes para aliviar atrito, e mudança de decúbito de 02 em 02 horas é fundamental para reduzir a pressão local e surgimento de hiperemias.

    Lavar as mãos antes do preparo de materiais, manter os cuidados durante a limpeza e aplicação do local, livre de umidade e eliminações corporais que causem contaminação.

Boas práticas

   O acolhimento ao idoso deve ser feito com muita clareza na explicação, respeitando a individualidade dele, porque perde muito rapidamente o interesse em qualquer tratamento se não confiar na equipe ou em seu cuidador.

   Cuidar de idosos por mais conhecimento ou experiência que se tenha, orienta-se buscar por cursos e aprimoramentos, um treinamento completo e avaliação, é necessário muita paciência e jogo de cintura para não deixar a família prejudicar na execução do seu trabalho.

Conclusão realista

    Muitas pessoas que evoluem para sepse são despejadas para receber este cuidado através de uma clínica de repouso, a família tem o interesse em mantê-la viva por mais tempo possível, pois administra sua aposentadoria, seus bens, e qualquer ameaça pela morte os deixa em desespero, alguns inclusive até sustentam seus netos.

 Há pacientes lúcidos e orientados da sua utilidade financeira, mas completamente vulneráveis. Nas clínicas muitos não recebem visitas, por vezes os filhos enviam os advogados, quando acontece alguma interferência. 


“A velhice é desamparadora, tanto ao rico como ao pobre.”

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Autora  

Joselma Ismelinda da Silva  


Colaboração

Marconi Luckas Cutrim Lima


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