Vulnerabilidade social e envelhecimento: o que você sabe sobre isso?

   

   Para iniciarmos esse tema, é fundamental esclarecer como é realizada a verificação do grau de vulnerabilidade social e econômica da população idosa no Brasil. Utilizam-se como parâmetros, dados fornecidos pelo Cadastro Único e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Continua. O levantamento destas informações são fundamentais para criação indicadores e facilitar o acesso de pessoas aos benefícios em programas sociais do governo federal.

   O Brasil tem cerca de 28 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa aproximadamente 13% da nossa população. De acordo com a projeção divulgada em 2018 pelo IBGE, esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas. Levando em conta o envelhecimento da população de jovens adultos e o nível de endividamento que eles apresentam, é preocupante o cenário econômico e riscos a vulnerabilidade social, no presente e futuro.

   Em abril (2020) a Fundação Getúlio Vargas divulgou um estudo que aponta principais fontes de renda da população idosa brasileira, 59,64% recebem aposentadoria da previdência social, 40,78% são beneficiários de prestação continuada (BPC) e 0,89% do bolsa família. Outro dado muito importante é o número de idosos pertencentes as classes C, D, E. Muitas dessas pessoas não tem acesso a saneamento básico, internet de qualidade e serviços essênciais.

Classe

% Idosos

C

13,07%

D

4,71%

E

1,4%

                                                                                    
                                                                                    Fonte: FGV (2020)

    Estima-se que boa tarde dos idosos são referência ou chefes de família em 19,3% dos domicílios brasileiros. Em relação ao papel que ocupam no contexto da família, 91,5% são avós, 69% sogros ou sogras e 61,2% dos pais ou mães. Este cenário nos ajuda a compreender como o orçamento das famílias é vinculado as pessoas idosas e a dimensão de sua importância nesse mesmo contexto.

    Para promover qualidade de vida, é fundamental investir em possibilidades que contemplam saúde, trabalho, educação, segurança, mobilidade, esporte, cultura, habitação e assistência social. Os guardiões de direitos dos idosos brasileiros são, a Política Nacional do Idoso (PNI) e Estatuto do Idoso sancionados em 1994 e 2003. A Constituição Federal de 1988 determina que compete à família, à sociedade e ao estado amparar as pessoas idosas e garantir sua participação na comunidade, defender sua dignidade e bem estar.

   Com o objetivo de organizar seus investimentos, o governo federal utiliza o PPA (Plano Plurianual da União), o documento elaborado para o período de 2016 a 2019 expõe a necessidade elevar a aplicação de recursos na atenção primária à saúde da pessoa idosa. Entretanto, foi observado que em 2016-2017, houve retração de 76% dos investimentos e 24% em 2017-2018.

    Podemos concluir que, a participação do estado nos investimentos está de fato em constante diminuição. A gestão orçamentária confirma à tese de que metas e resultados da atenção básica não serão alcançados cenário futuro, às famílias estarão sobrecarregadas e dificilmente irão conseguir garantir o acesso aos produtos e serviços privados de saúde.

    Cabe a nós adotar à cultura do planejamento para aposentadoria, seja no âmbito da família ou profissional. O primeiro passo é provocar reflexões sobre como aplicar nossos recursos e diversificar nossas fontes de renda. O envelhecimento ativo é chave para manutenção da nossa dignidade durante esse processo, são muitos fatores envolvidos, mecanismos de proteção são essenciais. Sendo assim, comece a planejar o futuro, aceite ajuda de especialistas, estamos passando por reformas que alteram garantias de direitos e modificam nossas relações. 

Você já conversou sobre este assunto com sua família? Como você se enxerga em uma fase mais avançada da vida? Reflita sobre estas questões!

       Referências: 

1. https://cps.fgv.br/covidage