Úlceras por pressão


    A úlcera por pressão ou "escara", como os leigos denominam, é um tipo de lesão causada principalmente nas proeminências ósseas, resultante da constante pressão provocada ao tecido e a pele, impedindo a manutenção de uma boa qualidade de circulação de sangue nessas regiões. Os indivíduos acamados e que possuem alimentação inadequada , nessas condições, estão mais vulneráveis a esse tipo de complicação.

    O National Pressure Ulcer Advisory Panel, classifica a úlcera por pressão como uma lesão localizada na pele e/ou na estrutura subjacente geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento.

    Em hospitais, instituições de longa permanência e outros equipamentos de saúde  nos quais são realizadas internações de tratamento a longo prazo, o índice de pacientes com úlcera por pressão é elevado, exigindo dos profissionais de saúde a criação de diversos mecanismos com o intuito de prevenir tais lesões. As estratégias de prevenção vão desde a avaliação nutricional para identificar possíveis deficiências nutricionais, treinamento da equipe para utilização de técnicas e elaboração de protocolos, utilização de equipamentos especiais, como colchão piramidal, placa de hidrocolóide, curativo mepilex e óleos de proteção para pele.


    O padrão indicado nos cuidados às pessoas acamadas é que a mudança de decúbito(posição) seja realizada  de 2\2 horas e a cada mudança seja realizada massagem de conforto. Esta técnica é indicada para pacientes com pele integra, pois aqueles que já apresentam algum grau de lesão podem ter piora no quadro. É contra indicado também o uso de sacos plásticos na parte de baixo dos lençóis porque esse tipo de prática leva a um aumento de temperatura na região que, consequentemente, gera hiperemia cutânea.

    As úlceras por pressão podem ser classificadas em até 4 estágios e o que define sua classificação é a forma como ela se apresenta, determinando assim qual será a estratégia de tratamento e os métodos adotados para solução do problema.

    O processo de cicatrização ocorre a longo prazo e exige que haja dedicação integral nos cuidados. É necessário que os familiares estejam cientes de como se dará o tratamento, para que sejam compreensivos com a equipe profissional. Outro ponto relevante é que comumente os pacientes apresentam algum dano psicológico ou impacto na auto-estima.

    Bom, espero que tenhamos abordado de forma bem simples esse tema, para que seja entendido a importância de prevenir esse tipo de lesão e evitar que outros tipo de complicações oportunas venham  se apresentar diante do quadro. Lembre-se que caso você possua um familiar que esteja acamado ou em situação de repouso absoluto por um longo período, é necessário o acompanhamento profissional para que os riscos sejam avaliados e as orientações necessárias sejam realizadas.

Polifarmácia e o risco de iatrogenia em idosos


Vamos refletir sobre a polifarmácia. Quais os riscos essa prática gera para saúde e porque ela ocorre. 

O objetivo desse artigo é fornecer alguns elementos para compreender fatores que ampliam os riscos à saúde.

    Polifarmácia pode ser caracterizada como a ingestão de vários medicamentos com a finalidade de tratamento de uma ou mais doenças, e que foi orientado por um profissional de saúde ou por conta própria. Associar diversos medicamentos pode gerar complicações durante o tratamento!

Alguns autores descrevem iatrogenia como uma complicação que ocorre decorrente da piora no tratamento de um paciente, devido aos efeitos de alguns medicamentos prescritos, quando o prescritor ignora a associação com outras drogas (interações e suas reações) impactam negativamente no organismo.

Para que os profissionais de saúde estejam capacitados a prescrever qualquer tipo de substância, é necessário um conhecimento sólido sobre farmacologia e interação medicamentosa.

Outro ponto fundamental é a automedicação, que consiste na decisão de medicar-se a si mesmo por vontade própria e sem o acompanhamento de profissionais que orientem sobre a possibilidade de reações adversas causadas pela ingestão da substância. 

Em alguns artigos, os pesquisadores em saúde afirmam que o conhecimento sobre iatrogenia não tem sido transmitido satisfatoriamente, um dos motivos é deficiência no ensino durante a formação dos profissionais em saúde. 

O objetivo não consiste a responsabilizar os médicos, mas refletir sobre o processo de prevenção e complicações causadas dentro desse contexto como função de todos os profissionais do campo da saúde.

Nos consultórios médicos os idosos são os que mais sofrem com prescrição excessiva de medicamentos. Estima-se que cerca de 85% desses apresentam mais de uma doença (comorbidade).

Considerando que uma consulta ocorra entre 10 e 15 minutos, o que é insuficiente para favorecer uma experiência positiva do paciente.

Uma medicação que causa reação adversa precisará de outra substância para solucionar o problema ou até mesmo gera uma quadro crônico em que exigirá acompanhamento efetivo do estado de saúde.

           As mais frequentes são: 
  • Doenças Cardiovasculares;
  • Osteoarticulares;
  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Doenças do Aparelho Respiratório;
    Para cada uma dessas doenças, a pessoa em tratamento precisa ingerir um ou vários medicamentos e, geralmente, este mesmo paciente passa por diversos especialistas. Nem sempre é verificado qual o número de medicamentos em utilização, ou seja, sem o estudo de interação medicamentosa.

       Por fim, recomendo que durante a consulta sejam informadas às doses de medicamentos que já são utilizados e também informar sobre os que não foram prescritos, mas que são ingeridos (se for o caso). 

Incluindo os fitoterápicos, vitaminas e outros. Aconselho também buscar ajuda profissional (ex: farmacêutico)  que podem utilizar instrumentos científicos de avaliação, eles auxiliam na interação medicamentosa e esclarecem dúvidas sobre a ação de cada substância em nosso corpo.

Quem é o cuidador de idosos?


Quem são os profissionais que atualmente prestam cuidados aos idosos que necessitam de alguma forma de auxílio? 

como contratar esse tipo de profissional e qual a importância deles dentro do contexto assistencial no campo do envelhecimento? Essas são questões de extrema importância, mas que ainda permanecem sem esclarecimento para quem é leigo no assunto, ou seja, muita gente.  

O conceito de cuidador é estudado desde o início da década de 60 e dependendo da perspectiva em que é avaliado, o cuidador pode ser definido como pessoa que desempenha funções de acompanhamento  e assistência a quem necessita de auxílio. 

Alguns anos atrás a figura do cuidador não recebia constante atenção como atualmente, então qual a razão do bombardeio de algumas áreas profissionais para ditarem quem pode ou não cuidar, elaborar regras e qualificar competências? Temos de ser críticos e refletir sobre o posicionamento dos sindicatos e conselhos profissionais no que diz respeito a esse assunto, algumas classes da área da saúde por exemplo dispõe de grande força representativa nos órgãos de estado consultivos, deliberativos e executores, o que de certa forma influencia na hora do governo elaborar um política pública em relação aos cuidadores.
    
O cuidado é inerente ao ser humano, as pessoas desenvolvem e constroem tal dom entre cuidador e quem é cuidado. 

Quando alguém precisa contratar um cuidador de idosos por exemplo, geralmente recorremos a pesquisas na internet, classificados de jornais ou algum tipo de consultoria profissional. Na internet esse tipo de serviço já aparece como top de pesquisas em sites de colocação profissional e de empresas especializadas em consultoria. Dependendo do tipo de auxilio que o cliente precisa é necessário que o cuidador tenha uma formação anterior para desempenhar alguns procedimentos, como: infusão de medicamentos, lavagem de sondas e etc. Hoje quem contrata um cuidador tem um gasto entre 1.000,00 a 1.500,00 reais, é um serviço relativamente caro e inacessível a algumas camadas da sociedade.

Recentemente o Senado brasileiro aprovou a regulamentação dos cuidadores de idosos, poderão exercer a profissão maiores de 18 anos, pessoas que tenham concluído o ensino fundamental e um curso de qualificação profissional. Dentre as competências do cuidador estão, auxílio da realização de higiene pessoal, alimentação, cuidados preventivos de saúde e auxílio na mobilidade e diversos outros. Estima-se que no Brasil existam cerca de 200.000 cuidadores de idosos, a fonte é o relatório de Lei entregue pela Senadora Marta Suplicy. Os cuidadores podem atuar no âmbito domiciliar, ILPI´s, hospitais e centros dia.


Neuróbica: exercícios para memória


 Uma das mais recentes áreas de pesquisa da neurociência, a Neuróbica, constitui um programa inovador de exercícios para o cérebro. Assim como a atividade física ajuda a manter a boa forma, a Neuróbica se propõe a aperfeiçoar a capacidade mental. Essa teoria foi formulada por norte-americanos e é tema de pesquisas realizadas por neurobiólogos do Centro Médico da Universidade de Duke.

 A Neuróbica tem como base princípios científicos, utilizando cinco sentidos: visão, audição, gosto, olfato e tato. Todos os sentidos são estimulados a ampliar a associação entre as diversas informações encaminhadas ao cérebro, treinando a memória e também tentando reavivar o que foi esquecido.

 O cérebro procura reagir as novas informações inéditas que chegam a cada segundo. Ao ser incentivado pelas novidades, o cérebro, mesmo em processo de envelhecimento desenvolve dendritos (são prolongamentos neuronais) que processam informações formando a base do que queremos lembrar, ou seja, memória.

    A revista científica de renome The Lacet publicou um estudo que mostra o caso dos pacientes da doença de Alzheimer, em que o prolongamento dos dendritos não acontece, sendo essa uma das possíveis explicações da perda de capacidade cognitiva desses indivíduos. 

       Em um quadro de curiosidades sobre o cérebro na pauta televisiva, na entrevista com o professor neurocientista Robert Lent. Foi explicado o achado dos pesquisadores, os exercícios cerebrais fazem bem para memória, um exemplo desses exercícios é fechar os olhos e tentar identificar o que está num prato de comida, utilizando tato, gosto e olfato. Ao criar a avaliação tátil, se formará um circuito neural diferente no nossos cérebro.

  Os sentidos, emoções agradáveis de interações sociais, são um importante recursos para esse tipo de prática, pois existem várias pesquisas demonstrando o efeito da emoção sobre os diversos sentidos. 

    As terapias cognitivas devem ser assistidas por um profissional treinado e capacitado?

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Breves informações sobre Sarcopenia



    A sarcopenia pode ser conceituada como perda de força e massa muscular, diversos autores demonstram maior prevalência de incapacidades e dependência funcional em idosos, particularmente do sexo feminino. 

Esses aspectos estão intimamente associados a redução da massa muscular decorrente do envelhecimento mesmo em idosos saudáveis.

   A perda de massa muscular é uma das principais variáveis utilizadas na caracterização da síndrome da fragilidade, que é altamente presente entre idosos, apresentando-se como fator de risco para quedas, incapacidade, fraturas, dependência, hospitalização e mortalidade.

    Especialistas relatam que em homens e mulheres de faixa etária entre 20 e 80 anos de idade a perda de massa muscular do nosso corpo equivale entre 35% a 40%. A perda de massa muscular nem sempre resulta em perda de peso, devido a natural substituição correspondente a gordura corporal.

 A sarcopenia é presente em cerca de 10% a 30% em homens na faixa dos 60 anos e em mulheres na faixa dos 50 anos. Algumas queixas e sinais são fundamentais para identificar a sarcopenia, entre eles podemos citar: perda de peso recente (especialmente da massa magra), fadiga, quedas frequentes, fraqueza muscular, diminuição da velocidade da caminhada e redução da atividade física. 

O processo de envelhecimento acaba por nos impor algumas condições biológicas que devemos nos atentar, uma delas é a redução da síntese de proteínas musculares. 

Após os 70 anos a perda de força muscular torna-se ainda maior, com o aumento da idade acredita-se que haja um redução progressiva na potência muscular, na velocidade da geração de força e na resistência à fadiga, que acabam diminuindo a capacidade de persistir em uma tarefa.

    É valido ressaltar que a perda de força e massa muscular levam ao detrimento da função física, como observado na falta de habilidade para levantar-se de uma cadeira, subir degraus, acelerar o passo e manter o equilíbrio. A diminuição da função física também implica na diminuição da funcionalidade, depressão,  risco de quedas e fraturas.

     O importante é que a sua alimentação seja capaz de fornecer suplementos em seu organismo, realizar o fortalecimento muscular  com exercícios específicos com segurança. O ideal é que se procure orientação e escolher a melhor solução seja tomada sob a luz de um plano de vida.

DHEA o super-hormônio?


Você acredita que um único hormônio tem o poder de fornecer uma série de informações sobre o corpo humano? Pois é sobre o DHEA que vamos conversar um pouco mais hoje.

O DHEA é um dos hormônios mais abundantes do corpo humano e tem sua origem na glândula supra-renal , na verdade, a cascata de hormônio da supra-renal começa com o colesterol que é matéria prima para o hormônio cerebral pregnenolona. A pregnenolona é então transformada em DHEA. E este serve como matéria-prima para a fabricação de todos os outros hormônios importantes secretados pela glândula supra-renal, entre eles está o cortisol que é responsável pelo estresse.
O pico de produção do hormônio acontece por volta dos 20 e 30 anos de idade, seguindo as ordens de um processo biológico a produção passa a ser reduzida e aos 40 anos a taxa de DHEA passar a ser somente metade daquilo que era antes e com 65 anos o nível provavelmente será de 20% a 10% da quantidade ideal.
Alguns estudos indicam que a diminuição deste hormônio no corpo humano tem relação com a presença de doenças crônicas e degenerativas com grande incidência durante a velhice. Em um estudo realizado por Elizabeth Barrett-Connor, famosa pesquisadora da área hormonal, médica, professora e chefe do departamento de medicina preventiva da Universidade da Califórnia, San Diego, monitoraram-se os níveis de DHEA em 242 homens de 50 a 79 anos de idade durante 12 anos. O estudo revelou forte correlação entre os maiores níveis de DHEA e o menor risco de morte decorrente de todas as causas. Entre os indivíduos que sobreviveram, o nível de DHEA era três vezes maior do que entre os que morreram.
Pesquisas indicam que baixos níveis de DHEA seriam responsáveis por muitas doenças degenerativas e pelo envelhecimento acelerado. Considerou-se o envolvimento do hormônio em diversos problemas de saúde, entre eles o Mal de Alzheimer, doenças auto‑imunes e outras doenças imunológicas, o câncer, a síndrome da fadiga crônica, o diabetes, doenças cardíacas, colesterol alto, problemas de memória, obesidade, osteoporose e distúrbios provocados pelo estresse.
E mais: indícios coletivos indiretos provenientes de mais de cinco mil estudos publicados sustentam com veemência a função antienvelhecimento do DHEA. Os cientistas hoje dispõem de provas de que o DHEA:

·        Aumenta a imunidade;
·        Diminui o risco de doenças cardíacas;
·        Melhora da taxa de glicemia e diminuição do risco de diabetes;
·        Prevenção contra osteoporose e câncer;